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martes, 3 de abril de 2012

MALLA A CUADROS SOELITO GOHR: LECCION DE VIDA DE UN GRAN DEPORTISTA

LECCION DE VIDA DE UN CICLISTA QUE SUPERO LAS SECUELAS DE UN GRAVE ACCIDENTE Y TRANSFORMO LA SUPERACION EN MEDALLAS

A CONTINUACION UN ARTICULO DEL SITIO WEB BIKEMAGAZINE.COM.BR QUE CUENTA LA EXPERIENCIA DE SOELITO, QUE NO ES LA PRIMERA VEZ QUE PARTICIPA DE LAS 500 MILLAS DEL NORTE, INCLUSIVE PARTICIPO DE LA VUELTA CICLISTA DEL URUGUAY

"O catarinense Soelito Gohr é um exemplo de vencedor na vida e no esporte. O atleta de 36 anos não se deixou abater no momento mais difícil de sua carreira, em 1995, quando um acidente quase pôs fim a sua vida. Dois anos se passaram até que o dedicado ciclista pudesse voltar às competições.

A volta por cima foi lenta mas trouxe vitórias inesquecíveis. “Eu voltei andando melhor que antes do acidente”, garante.

Nascido e criado em Brusque, cidade com 95 mil habitantes situada no Vale Europeu, o divertido Soelito é considerado o animador oficial da equipe de São José dos Campos e não poupa brincadeiras. “Eu moro no Bairro do Azambuja, perto da igreja Vale dos Milagres, e aqui os milagres acontecem de verdade”.

No mês de maio, o atleta conquistou a medalha de prata na Copa do Mundo de Paraciclismo, em Manchester, na Inglaterra, e é a esperança brasileira de medalha para os Jogos Paraolímpicos de Londres 2012.

Como você ingressou no ciclismo?
Foi em 1986. Eu tinha 14 anos quando comecei na Escolinha de Ciclismo em Brusque. Ela deixou de existir durante um tempo, mas está começando de novo.

É verdade que Brusque é celeiro de grandes ciclistas?
Sim. Aqui é a terra do Murilo Fischer, que mora a 6 km de minha casa. É também a terra de meu primo Itamar Calado, ciclista da Elite que mora na atrás de minha casa. Tem também o Márcio May, que nasceu em Salete, mas veio morar aqui perto de minha casa. Eu corri junto com o May nos tempos de Junior.

Qual foi sua primeira equipe?
Foi a equipe Schloosser, que é uma fábrica de tecidos. Corri para eles até 1990 e depois foi para a equipe FMD (Fundação Municipal de Desporto), de Blumenau.

E como foi o início de sua carreira? Você lembra quando e onde foi sua primeira vitória?
Meu primeiro pódio foi um terceiro lugar numa corrida em volta de um estádio de futebol, no chão batido. A primeira vitória foi logo em seguida, na categoria Mirim. No meu primeiro ano como atleta fui campeão Catarinense Mirim.
Ter uma estatura de 1,89m atrapalha ou ajuda no ciclismo?
Na Europa tem bastante ciclista grande. Talvez atrapalhe um pouco na montanha, porque é muito peso (78kg) para levar pra cima.

Que tamanho de quadro você usa?
Uso bike tamanho 58cm. Meu primo Itamar Calado tem minha estatura e podemos trocar de bike sem adaptações.

Você anda de mountain bike também?
Sim, sempre. Faço como treinamento de base e como forma de aliviar o estresse. Saio sempre com meus amigos pelas estradas de terra da região. Depois que voltei de Manchester, dei um tempo na estrada e rodei muito de mountain bike. Também já corri a Volta a Santa Catarina em Mountain Bike e se tivesse uma bike mais preparada ia competir mais. Também já corri o MTB 12 Horas em quartetos em 2007.

Qual modalidade dentro gosta mais de competir?
Eu gosto da modalidade que dá para ganhar. Não tem uma modalidade específica. Já fui vice-campeão brasileiro de crono e já ganhei várias cronos. Já fui campeão brasileiro de estrada, em 2006, e vice-campeão em 2003. Já ganhei voltas, como a Volta do Paraná de 2004, e tenho dois títulos brasileiros de pista na categoria Junior, ambos de 2001.

Como foi o acidente que você sofreu em 1995 e que quase tirou você do esporte para sempre
Eu estava voltando de um treino, dias antes da 9 de Julho. Uma Kombi cruzou na minha frente. Na época eu corria por Blumenau e tinha 21 anos. Minha cabeça passou, mas bati o ombro esquerdo na coluna do carro e lesionei seriamente o plexo braquial. Dois dos cinco nervos foram arrancados da medula. Fiquei 15 dias no hospital e, quando saí, não consegui mexer o braço.

E como foi a recuperação?
Fiz um monte de exames, pois não sabiam o que acontecia comigo. Passei por várias cirurgias. Tiraram nervos da panturrilha esquerda para colocar no ombro. Fiquei todo cortado. Fiquei dois anos meio de molho e passei um ano de minha vida só dando voltinhas de bike.
Demorou até voltar a competir?
O técnico Claudius Krieger ajudou a me manter na equipe e recomecei minha vida como mecânico da equipe. Depois de algum tempo comecei a competir de novo e fui campeão catarinense na Elite. Passei a andar melhor do que antes do acidente. Em 2001 ingressei na equipe de São José dos Campos e fui campeão brasileiro em 2006, em Londrina. O Renato Seabra ficou em segundo e o Luciano Pagliarini em terceiro.

E ficaram seqüelas?
Não consigo levantar o braço acima da cabeça. Sobre a bike já me adaptei bem e ando normal. Nas competições oficiais de paraciclismo tenho que alterar as maçanetas da bicicleta, para eu não levar vantagem sobre os outros competidores.

Você chegou a pensar em desistir do esporte?
Não, isso nunca passou pela cabeça, estava sempre focado. A única coisa que pensava era em me recuperar. Até hoje tenho as máquinas de fisioterapia na minha garagem. Eu e uns amigos construímos uns aparelhos com peças de bicicleta para eu exercitar meu braço. Nem acreditava que iria andar na seleção de novo.

Mas em 2003 fui para os Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo e fui sétimo na pista. Corri o Mundial na Áustria, o Sul-Americano no Chile, a Volta do Chile etc. Tudo pela seleção brasileira normal. Tinha gente que nem sabia o que eu tinha passado.

Você tem vários títulos na pista. Como você foi parar nas modalidades de velódromo?
Comecei ainda na Junior. O Pedro Medina, o técnico uruguaio da Schloosser, era também técnico da Seleção Catarinense e me apresentou o velódromo da USP. Fomos campeões brasileiros e sempre andávamos bem na prova de 4 X 4 mil e na Perseguição.

E quem deu a idéia de ingressar no paraciclismo?
Isso foi em 2007. Eu havia sido campeão brasileiro de estrada e estava andando bem. A princípio eu não queria ir. O Rômulo, técnico da seleção, falou sobre o Mundial da França e aceitei o convite. Eu topei achando que iria ser fácil, mas o negócio é forte. Fui quinto na crono de estrada e fui oitavo na pista e décimo na estrada. Depois teve o Pan de Cali, na Colômbia, que classificava para Pequim, e fui mais preparado. Bati os europeus e ganhei ouro na Perseguição.

O que é necessário para ser reconhecido como paraciclista pela UCI?
Tem que passar por um exame funcional. Eu tenho a carteirinha permanente. Fiz um exame na França onde fui avaliado por uma comissão de quatro médicos da UCI. Passei por uma análise e uma bateria de perguntas. Eu sou da classe LC1, para quem tem problemas nos membros superiores.

Como foram suas participações internacionais de paraciclismo?
Nos Jogos de Pequim eu fui bem e passei raspando na medalha de bronze da prova de perseguição. Mas faltou preparação. Eu peguei a bike em cima da hora e faltou treinar em velódromo também. Na prova de estrada eu terminei em sexto. Eram 96 km em volta de uma represa, num circuito bem duro. Eu andei escapado com um espanhol e fomos alcançados na última volta. Na chegada teve um tombo e fiquei trancado para esprintar. Na crono eu fui sexto.

Em maio de 2010 fui prata na prova de perseguição na Copa do Mundo, em Manchester, na Inglaterra.

O que foi mais difícil, conquistar a prata na Copa do Mundo de Paraciclismo ou o brasileiro de estrada?
São duas coisas diferentes e ao mesmo tempo bem parecidas. A dificuldade de ambas as provas foi alta. Em 2006, o título de campeão brasileiro foi difícil e ajudou bastante na minha carreira e divulgou meu nome nacionalmente. Na Copa do Mundo de Paraciclismo, em Manchester, a prata deu muita mídia e foi dado bastante valor para essa conquista.

A grande dificuldade no Paraciclismo de pista é o treinamento, pois não temos o velódromo, mas o sofrimento da prova é de cinco minutos. Mas são cinco minutos morrendo. Já no brasileiro de estrada, são horas na bike.

Qual você considera o maior resultado ou vitória de sua carreira?
Foi a minha volta por cima depois do acidente. Isso serve de exemplo para muita gente. Tem gente que passa por qualquer dificuldade e já desiste. Tem pessoas que não dão valor para as pequenas coisas.

A medalha em Londres 2012 está nos planos?
Com certeza. Estou batalhando para isso e já vi que estou perto e não há muita diferença para chegar nos caras. Agora já tenho bike de pista fornecida pelo o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), que está apoiando bastante. A CBC agora também está junto com o paraciclismo. Vou correr provas de estrada e crono e no velódromo vou correr o quilômetro e a perseguição.